quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá...


Na semana em que viu pela primeira vez a chuva cair do céu e o desfile do 7 de Setembro (com direito a assistir num local privilegiado), o pequeno Arthur também descobriu outra novidade.

Após sairmos do banco o Arthur estava agitado com tantas pessoas num mesmo local, por isso resolvemos passar na casa da bisa(vó) para dar uma acalmada, mas mal sabíamos o que estava por vir.

Logo no caminho empurra-empurra entre as pessoas, isso porque para ir à casa da bisa(vó) tivemos que passar por um lugar cheiooo de gente curiosa para ver o local de um dos maiores acidentes da história de Americana ocorrido na madrugada. Tivemos que pedir licença umas 20 vezes até conseguirmos chegar ao outro lado da rua.

Ao chegarmos na casa da bisa(vó) tudo corria bem, mas eis que enxergo três filhotes de pato lindos – dois amarelinhos e um mesclado de preto -, presente dado às crianças da casa -  andando pelo corredor. Aí, claro, fui logo buscar o Arthur dos braços de uma das tias para apresentá-lo àquelas coisinhas fofas empenadas...

Coloquei-o em pé para ver de perto os pequenos bicudinhos, que olhavam assustados enquanto o Arthurzinho insistia em bater os pés no chão como se quisesse correr atrás deles. Mas, uma tia teve a idéia “genial” de pegar um dos pobrezinhos na mão para mostrá-lo de perto ao Arthur...

Diante do bichinho apavorado, as mãozinhas se agitaram até conseguirem tocar pela primeira vez a figura amarelinha com patas e bico. A cena era linda até que, de repente, as mãozinhas agarraram a cabeça miúda como se quisessem arrancá-la do pobre patinho. Desesperadamente, tentei abrir os dedinhos para livrar o pobre bichinho. E o fiz com sucesso.

Contudo, como um bom brasileiro que não desiste nunca, insistiram em deixar à altura do Arthurzinho o patinho assustado. E qual não foi a minha surpresa ao me virar para o lado para conversar e sentir que os bracinhos em meu colo novamente se esticavam. Quando vi, as mãozinhas, dessa vez, agarravam com força o pescoço do animalzinho cujos olhos já se arregalavam. Dei um grito e, com o susto, as mãozinhas soltaram o patinho indefeso - que respirou aliviado – seguidas por um longo choro por causa da bronca.

Finda a cena e o desespero, a casa encheu-se de risadas e comentários sobre o fato. Mas lá no canto da lavanderia uma das crianças, com um sorriso maldoso, disse para a outra: - Quando ele vier de novo, vê se aprende: vai lá e esconde o seu pato! 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Dia da Cirurgia

O pequenino no colo do pai enquanto aguardava a cirurgia

Ao adentrar as portas daquele local, as seis crianças acompanhadas de suas respectivas mães ficaram encantadas com os personagens da Turma da Mônica grafitados nas paredes da sala. Apenas uma criança, a mais novinha, não entendia muito bem o que se passava, mas seus pais (sim, ela era a única que estava acompanhada pelo pai e pela mãe) apontavam com os dedos e tentavam lhe mostrar a graciosidade das figuras ao redor.
A cena seria digna de uma manhã de pura diversão, não fosse por se tratar da UTI Neonatal do Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi”, de Americana.
O fato se passou na última segunda-feira (09/08), quando chegamos às 6 horas no hospital para a realização da cirurgia do freio de língua curto do Arthur...
Estávamos tensos e ansiosos para que aquele dia passasse logo e quando abriram as portas da recepção do local para as crianças entrarem com suas mães, não pensamos duas vezes e entramos ambos para acompanhar o bebezinho que sorria embrulhado no cobertor para se proteger do frio cortante que fazia.
A turma seguia uma enfermeira pelos corredores do hospital até chegar na sala que, ao contrário do nome (UTI Noenatal), não era nada assustadora. Berços com grade e camas pequeninas encostadas na parede logo foram ocupadas pelas crianças, que foram escolhendo onde ficariam de modo tão natural quanto se estivessem chegado num hotel. Os adultos começaram a se ajeitar em confortáveis poltronas ao lado de seus filhos.
Os pais (nós) do bebê, meio perdidos, relutavam em colocá-lo no bercinho apontado pela enfermeira, mas, depois de alguns minutos, acabaram cedendo.
Deitado no berço, Arthur admirava tudo e todos ao seu redor e abria um enorme sorriso de tempos em tempos até mesmo quando a enfermeira, uma baixinha de óculos bem simpática, veio com uma daquelas camisolas de hospital (abertas atrás) tamanho recém-nascido.
Pouco a pouco os adultos começaram a conversar enquanto seus filhos aguardavam ser chamados, um a um, para as respectivas cirurgias. Uma criança operaria de hérnia umbilical, a outra de um dedinho torto; o garotinho esperto de 2 anos iria operar a fimose e o outro, mais velho, retiraria uma hemorróida. Já o pequenino, todo sorridente, faria uma pequena cirurgia na língua presa.
Quando a enfermeira veio pedir aos pais que colocassem a camisola no bebê, a mãe foi tomada por uma sensação de dó e a tarefa acabou ficando a cargo do pai, que, cuidadosamente, tirou a roupinha do filho, olhou a fralda e colocou a camisolinha, enrolando-o num lençol do hospital e na manta que trouxera de casa.
Chegada a hora (mais ou menos 7h50) foram os três acompanhando a enfermeira pelo corredor frio e o pequeno, no colo do pai, balançava seus pezinhos descalços até o centro cirúrgico.
A enfermeira saiu e ficaram ali, os três, entre a porta de vidro e a de madeira do centro cirúrgico aguardando o anestesista, até que Arthur, impaciente, decidiu gritar a todos que estava há quase duas horas em jejum e queria mamar logo. E a gritaria deu certo, pois logo vieram os médicos para ver o que acontecia.
De repente, uma enfermeira abriu a porta e retirou o bebê do colo do pai para levá-lo à mesa de cirurgia. Os dois, sem saber direito o que fazer e/ou pensar ficaram ali, imóveis, ouvindo o chorinho do filho que se afastava.
Na cabeça da mãe passavam mil e uma preocupações com a anestesia e os três pontinhos que o médico dissera que seriam dados na língua do bebê. Foi quando ouviu-se ao longe um choro abafado, como se estivessem tapando a boca do pequenino.
A mãe, nervosa, comentava com o pai, assustado, que parecia que estavam tapando a boca de seu filho, quando, repentinamente, a porta de madeira se abriu e o pequeno foi entregue no colo do pai, chorando desesperadamente, com uma gaze na boca suja de sangue.
Diante dos olhos lacrimejantes da mãe (e do bebê), a enfermeira avisou que não houve a necessidade de sedação nem de se dar pontos na língua e pediu à mãe que desse o peito ao filho naquele momento para acalmá-lo. Mas quando o bebê, todo desajeitado, foi posto no seio da mãe que, apesar das pernas bambas e os olhos embaçados, estava em pé a reação foi inesperada: apesar da fome, o pequeno não conseguia mamar devido à dor do corte que acabara de se fazer.
Desconfortáveis e abalados com a situação, os pais pediram para retornarem à UTI Neonatal para tentar alimentar com mais tranqüilidade o recém operado. E assim foi. Entretanto, a dor e o susto do bebê eram tamanhos que no meio do caminho acabou dormindo no colo do pai que o segurou até que acordasse na UTI.
Ao acordar, Arthur foi trocado de roupa e colocado no peito e, dessa vez, mamou por quase meia hora sem parar enquanto o pai saiu à procura da assistente social para pedir um atestado e a alta hospitalar do garotinho.
Naquele dia o pequenino bebê de quase três meses chorou de dor por várias vezes, mas, para a surpresa e alegria dos jovens pais, no dia seguinte Arthur estava mais do que recuperado, com seus sorrisos cativantes e suas balbucias de “angú”, “au” e “brrrum”.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Entrando numa fria com o "trim"


Estava eu sozinha em casa, no último sábado, dando uma de super mãe do Arthurzinho. Até então, eu me gabava quando as pessoas me perguntavam “Você não tem medo de dar banho nele sozinha?” e eu respondia “Não!” ou quando alguém (geralmente alguma mulher que já passou pela experiência de ser mãe) indagava “Você não tem medo de cortar as unhas dele?” e eu enchia a boca e dizia “Não, nem um pouco!”. Mas isso foi até este sábado...

Imaginem a cena: mãe e filho sentados no sofá, quietinhos, olhando para a TV (pasmem! Com 2 meses o Arthur já fixa os olhinhos na televisão como se fosse gente grande). O momento parecia sublime, quase perfeito, não fosse a infeliz idéia de cortar aquelas unhazinhas que insistiam em me arranhar durante as mamadas diárias.

Fui ao quarto buscar a arma, ou melhor, o estojinho de cortar as unhas e, novamente por me achar a tal “mãezona”, decidi que, pela primeira vez, cortaria as unhas daqueles dedos tão pequenininhos com o chamado “trim” que havia dentro daquele kit para bebês (não sei por quê diabos vendem um kit para bebês com essa porcaria de trim!).

Comecei a me dedicar naquela simples tarefa (até o momento...) de pegar dedinho por dedinho, encaixar o aparelhinho e apertá-lo, vendo as unhazinhas moles se enroscarem dentro daquele objeto de metal.

Foi quando, de repente, alguma cena engraçada do filme “Entrando numa Fria”, que era exibido na rede Globo, me chamou a atenção...Apertei o tal trim e percebi que eu é que acabara de entrar em uma fria. O coitadinho estremeceu em meu colo e deu um grito acompanhado por um choro de perder o fôlego...

Sim...aquilo que alguns temiam acabara de me acontecer: eu havia cortado um pedacinho da pele do dedo mindinho do meu filho. Coitadinho!

Joguei o trim longe, apertei o machucado para ver se o sangue sumia e quase morri quando vi que o machucado sangrava tanto que havia sujado minha mão. Pronto! O dia de super mãe havia chegado ao fim...

Desesperada, sem saber direito o que fazer para acalmá-lo e me redimir, instintivamente abri a blusa e o pus para mamar. E foi assim que chegou ao fim a primeira cortada de dedo, ops, de unha com o danado do ‘trim”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010


Já me peguei mexendo com você enquanto dormia, só para saber se estava tudo bem...Já te peguei no colo chorando de dor e pedi, desesperadamente, que esta dor passasse para mim; já ri quando você fez xixi quando tiramos a fralda; já chorei junto com você achando que não daria conta de mais nada...

Já mudei meu pensamento em relação a muitas coisas da vida; já chorei com você no colo enquanto assistia uma reportagem sobre desaparecimento de crianças; já fiquei horas olhando para seu rostinho para achar a semelhança em cada traço seu...

Já saí de casa sem me arrumar como antes para levá-lo ao médico; já deixei o arroz queimar enquanto acudia seu pranto; já te defendi de comentários alheios; já fiquei uma manhã inteira contando historinhas enquanto você, singelamente, me sorria...

Já gastei mais de R$ 100,00 revelando as fotos do seu nascimento e mostrando a todos que chegassem em casa aquele lindo álbum; já senti muito medo de um dia te perder; já passei noites mal dormidas e mesmo assim acordei no outro dia pronta para recomeçar ao seu lado; já mordi de leve seus pezinhos; já segurei infinitas vezes suas mãozinhas tão delicadas...

Foram tantas coisas já realizadas nestes 2 meses em que você está em nossas vidas que somente um blog poderia ser um modo eficaz de registrarmos e compartilharmos com os amigos e familiares os acontecimentos, as trapalhadas e as risadas do dia-a-dia. Sendo assim, dou este blog de presente de 2 meses de vida (completados no último sábado) a você, Arthur, meu filho, e a todos os que quiserem nos acompanhar nesta jornada diária de aprendizado regado a muito carinho e atenção...